Sobre

A Brigada Digital é uma organização marxista, pois compreende que o processo de produção capitalista é fundamentado na exploração da classe proprietária dos meios de produção sobre a classe trabalhadora. A partir da propriedade dos meios de produção a classe proprietária controla a estrutura social, condicionando tudo a seu interesse essencialmente econômico, produzindo, com isso, problemas sociais de toda ordem. Essa relação de produção coloca a classe trabalhadora em conflito com a classe proprietária. Adquirindo sentido de transformação e superação das contradições da sociedade capitalista, impondo aos trabalhadores conscientes da estrutura social engajamento e posicionamento de luta.

A formação da Brigada Digital resulta do entendimento da relação entre o desenvolvimento das forças produtivas e a luta de classes. As novas tecnologias da informação estão sendo aparelhadas no processo de exploração sobre a classe trabalhadora. A evidência disso, é a participação proprietária dos meios de produção de tecnologias da informação (TIC's) no processo de hegemonia ideológica ocorrida em todo mundo. Onde equipamentos e plataformas proprietárias de internet tem sido utilizadas como ferramentas de dominação. Por exemplo, na "Primavera Árabe", ocorrida no Oriente Médio e Norte da África, bem como nas "Jornadas de Junho" brasileira, e os consequentes golpes de Estado desencadeados, no caso do Brasil entre 2013 e 2016. Os documentos apresentadas por Edward Snowden, ex-agente da NSA, acrescentaram a participação do Estado, alienado pelo interesse capitalista.

Com o objetivo de recompor a extração de valor em países periféricos, como já denuncia há séculos a teoria marxista, os meios de produção de tecnologias da informação coletam dados do conjunto da população, bem como de agentes sociais privilegiados, estratégicos para coordenação da sociedade. Manipulam o conjunto da classe trabalhadora através das redes sociais e fortalecem facções políticas que defendem seus interesses: a flexibilização econômica, privatizações, abertura de mercado, redução do orçamento estatal em políticas sociais, flexibilização das relações de trabalho, remuneração por produtividade, redução dos direitos trabalhistas, terceirização dos meios de produção, aumento do desemprego estrutural, etc, para ampliar a extração de valor, colocando em risco a sobrevivência dos trabalhadores periféricos. A relação entre os proprietários dos meios de produção de tecnologias da informação e comunicação (TIC's) e o conflito de classes é evidente. A extração de informação dos grandes bancos de dados das redes sociais, o impulsionamento de conteúdo, bem como a espionagem em equipamentos de trabalhadores específicos, especiais para a coordenação social, resulta na expansão da exploração.

Existe um problema real, objetivo: as TIC's proprietárias. Sua aplicação de massa, do trabalhador comum, aos militantes de base e dirigentes de movimentos sociais e partidários de trabalhadores, todos, em boa medida, ao usarem as TIC's, alimentam esse sistema de informação e controle proprietário. A maioria dos trabalhadores e militantes armazenam seus contatos, mensagens, contratos, cursos de formação, agenda de atividades, rotas e etc nos banco de dados proprietários, alimentando uma estrutura de vigilância e controle social planetária. A alienação da tecnologia trabalhadora pelos proprietários dos meios de produção resultou na expansão exponencial das formas de controle social, minimizando os riscos da operação de exploração. Com as novas ferramentas de controle, a classe proprietária está avançando com a extração de valor.

Se o problema é o controle proprietário das tecnologias da informação trabalhadora, a solução passa por substituir as TIC's proprietárias por outras livres desse controle. Nesse sentido, o software livre (SL) oferece as melhores condições de emancipação tecnológica para a classe trabalhadora e, consequentemente, a redução do poder capitalista, proprietário, pois desenvolve e defende tecnologias livres desse controle. As liberdades do usuário defendidas pelo movimento de software livre (SL) podem eliminar o controle capitalista, parte da estrutura de exploração. Em síntese, a Brigada Digital conjuga marxismo com software livre, posicionando o SL como ferramenta de emancipação da classe trabalhadora no desenvolvimento do conflito de classes.

Essa tarefa é urgente e deve ser encarada por todos os trabalhadores consciêntes do conflito de classes, especialmente os militantes e suas organizações sociais pela sua posição estratégica. As condições materiais impõem essa tarefa, então os militantes que realmente desejam a vitória da classe trabalhadora sobre a exploração, opressão e dominação proprietária capitalista, devem adequar sua infraestrutura de comunicação em torno de tecnologias livres do controle proprietário.

A Brigada Digital pensa esse processo em três etapas:

Etapa 1: implementação de tecnologias livres em organizações classistas e militantes. Esta etapa é de nível artesanal, pois exige hackear equipamentos, fazendo as adaptações necessárias para a implementação de infraestrutura de tecnologia da informação e comunicação livre do controle proprietário, removendo, assim, a vigilância no sistema básico, operacional e rede/internet sobre a classe trabalhadora organizada e melhorarando a capacidade de ação do movimento.

Etapa 2: mobilizar a classe trabalhadora a utilizar a infraestrutura de tecnologia das suas organizações. Esta etapa é parte artesanal e parte automatizada. Parte artesanal porque exige o esforço do conjunto dos militantes organizados para orientar a classe à migração de tecnologias, por exemplo, deixando as plataformas proprietárias de internet. Nesse momento, é estratégico o apoio dos militantes propagandistas já estabelecidos nas plataformas proprietárias. Parte automático porque a infraestrutura implementada nas organizações contribuem com o esforço automatizando processos de engajamento dos trabalhadores na luta de classes.

Etapa 3: revolução proletária.

A Brigada Digital está no esforço da etapa 1. Para tanto, hackeamos equipamentos, fazendo a adaptação necessária para implementar desde sistemas básicos livres, sitemas operacionais e serviços de rede/internet. Capacitamos militantes e implementamos infraestrutura auto-hospeada em suas organizações.

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Last updated: sex 10 maio 2024